Você visitou vários apartamentos para comprar, escolheu o seu preferido e decidiu fazer uma proposta envolvendo o financiamento imobiliário. A partir daqui, a documentação será a etapa mais importante do processo, principalmente no que engloba a comprovação de renda.
Comprovar renda nada mais é do que mostrar à instituição financeira escolhida qual é a sua renda mensal familiar. Os bancos usam essa informação para avaliar se o comprador tem condições de pagar corretamente as parcelas do financiamento.
Mas, os documentos necessários variam conforme o perfil do comprador. Um profissional em regime CLT, por exemplo, precisará mostrar comprovantes diferentes do que um Microempreendedores Individuais (MEI). E é exatamente este o objetivo deste conteúdo de blog: vamos explicar como cada grupo (CLT, autônomo e MEI) pode organizar sua documentação e garantir que a renda seja aceita no processo de aquisição do imóvel.
Como comprovar renda sendo contratado CLT?
Para quem trabalha com carteira assinada (CLT), comprovar renda é um processo relativamente simples. O banco geralmente solicita documentos básicos que comprovem os ganhos mensais e que são bastante fáceis de reunir, como:
- Holerites: também chamados de contracheques, são emitidos mensalmente pelas empresas e detalham os valores recebidos e descontos aplicados ao salário dos seus funcionários. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, exige-se comprovante de renda emitido há, no máximo, 2 meses.
- Extratos bancários: são bastante úteis para que o banco acompanhe a movimentação financeira, mostrando entradas e saídas, e identifique possíveis irregularidades entre o que foi comprovado no holerite e o que o comprador realmente está recebendo.
- Declaração de Imposto de Renda: em alguns casos, pode ser solicitada para verificar a regularidade do contribuinte com a Receita Federal. Tenha sempre duas declarações e recibo de entrega organizados no computador.
Neste momento, os profissionais CLT têm como vantagem a previsibilidade de renda, principalmente se já estão há bastante anos na mesma empresa, o que facilita a análise e aumenta as chances de aprovação do financiamento.
É importante ainda garantir que todas as informações estejam atualizadas e organizadas para evitar problemas durante o processo.
Como os autônomos podem comprovar renda?
Se você não possui carteira assinada e nem um CNPJ ativo, a comprovação de renda será um pouco mais complexa, já que o fluxo financeiro pode ser mais variável. Nesse caso, algumas alternativas são aceitas pelos bancos:
- Extratos bancários: demonstram a movimentação financeira ao longo de 6 a 12 meses, servindo como uma base sólida para comprovar os rendimentos.
- Declaração de Imposto de Renda: é o documento essencial para mostrar os rendimentos declarados no ano anterior.
- Declaração de Renda de Pessoa Física (Decore): emitida exclusivamente por um contador, é uma das formas mais utilizadas por autônomos para formalizar seus rendimentos.
Outro documento amplamente aceito é a Emissão de Recibos de Pagamento Autônomo (RPA). Essa prática costuma ser usada para formalizar o pagamento de serviços prestados por profissionais autônomos que não possuem vínculo empregatício ou CNPJ. Neste recibo, constam informações importantes, como dados do contratante, descrição do serviço e valor bruto do trabalho.
Como comprovar renda para financiamento imobiliário sendo MEI?
Os Microempreendedores Individuais (MEI) estão cada vez mais presentes na economia brasileira e os bancos disponibilizam formas para que eles tenham acesso a diferentes tipos de crédito, inclusive imobiliário. Dados do Sebrae mostram que o Brasil possui 11,5 milhão de microempreendedores com registros ativos. Deste número, mais de 90% estão em atividade.
Como possuem CNPJ e emitem notas fiscais, a comprovação de renda de um MEI é mais simples. Entre os principais documentos aceitos estão:
- Notas fiscais emitidas: são excelentes formas de comprovar os valores recebidos por serviços ou vendas realizadas ao longo do ano.
- Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI): documento obrigatório que resume os rendimentos do ano anterior.
- Extratos bancários da conta empresarial e pessoal: comprovam a entrada de receitas e ajudam a detalhar a renda do microempreendedor.
- Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos): também emitida por um contador, é útil para formalizar os rendimentos de forma reconhecida pelas instituições financeiras.
É importante reforçar que o MEI precisa manter uma uma separação clara entre contas pessoais e empresariais, pois isso facilita a análise dos rendimentos e evita complicações na aprovação do financiamento para compra de um imóvel.
Dicas rápidas para facilitar a comprovação de renda no financiamento imobiliário
Organize sua documentação: mantenha todos os comprovantes de renda acessíveis e atualizados antes de iniciar o processo de compra. Preferencialmente, tenha a versão digital na nuvem, como Google Drive, para garantir que fiquem em segurança e não sejam perdidos.
Mantenha um histórico financeiro consistente: evite grandes oscilações nas entradas e saídas de dinheiro, especialmente nos meses que antecedem a análise de crédito.
Regularize sua situação fiscal: você possui pendência na Receita Federal? Esqueceu de declarar o Imposto de Renda em algum ano? Faça a regularização o quanto antes porque essa situação impacta profundamente a análise de crédito.
Considere compor a renda com mais pessoas: caso sua renda individual não seja suficiente, é possível somá-la a um cônjuge ou familiar, aumentando assim o poder de compra.
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