Neuroarquitetura: o que sua casa tem a ver com seu bem-estar?
Tempo de leitura Postado em 06 de setembro de 2024
Você já entrou em um ambiente e se sentiu relaxado ou irritado e não soube explicar exatamente o motivo? É isso que a neuroarquitetura busca estudar: o impacto dos espaços na saúde e no bem-estar das pessoas.
Mas, o que é neuroarquitetura?
É um campo interdisciplinar que combina princípios da neurociência com o design arquitetônico para entender e criar espaços que influenciam positivamente os seres humanos.
A neuroarquitetura não engloba apenas os ambientes residências, e sim pode ser aplicado em diversos lugares, como:
Escritórios: para aumentar a produtividade, integração e o bem-estar dos colaboradores.
Hospitais: acelerar a recuperação e reduzir o estresse dos pacientes.
Escolas: aprimorar o aprendizado e o conforto dos estudantes.
Segundo o portal de notícias ArchDaily, um dos primeiros profissionais a notar a relação entre arquitetura e sentimentos foi o médico norte-americano, Jonas Salk, criador da vacina contra a poliomielite. Em 1950, ele costumava visitar a Basílica de São Francisco de Assis na Itália e notou que, sempre que viajava até lá, saia mais inspirado e repleto de criatividade.
Anos mais tarde, em 1966, Salk contratou o arquiteto Louis Kahn para projetar e construir o Salk Institute for Biological Studies em San Diego, Califórnia. Um edifício que é o primeiro exemplo da relação entre neurociência e arquitetura, uma vez que foi projetado para promover as melhores condições de conforto intelectual e físico, levando em conta o funcionamento do cérebro humano.
Legenda: Visão aérea do Salk Institute for Biological Studies. Crédito: Divulgação/Site.
Essa área está em constante evolução e os estudos não param. Isso porque ela procura analisar diferentes vertentes, desde o trajeto que percorremos até determinado lugar até as percepções sensoriais de móveis e revestimentos.
Segundo Julia Keim, que trabalha no WELL - um instituto com foco na saúde e bem-estar humano, a neuroarquitetura impactará a experiência humana em grande escala.
"À medida que a pesquisa avança, poderemos ter uma compreensão científica maior de, por exemplo, quais tipos de espaços maximizam o aprendizado para crianças em idade escolar, melhoram a cura para pacientes em um hospital ou atendem às necessidades de indivíduos com Alzheimer ou autismo", explica em um artigo sobre o tema.
Para isso, os pesquisadores têm contado com uma grande aliada: a tecnologia. Por meio do monitoramento dos batimentos cardíacos, níveis de estresse e outros dados da atividade cerebral, será possível trazer análises mais completas.
Como aplicar conceitos da neuroarquitetura no seu apartamento?
Como mencionado, a neuroarquitetura ainda não tem uma palavra definitiva sobre quais estruturas são melhores para os seres humanos. Porém, algumas questões já são bastante difundidas e que podem ajudar você a melhorar a casa na qual vive.
Luz natural: a exposição à luz natural é fundamental para regular os ritmos circadianos - relógio biológico que regula nosso cérebro e é guiado pelas mudanças de luz dos ambientes, melhorar o humor e aumentar a produtividade. Ambientes com grandes janelas ou sistemas de iluminação que imitam a luz natural são considerados mais saudáveis e estimulantes.
Cores: sim, a parede com a qual você pintou seu quarto pode impactar no seu humor e até mesmo no seu sono. É o que afirma a chamada cromoterapia. Tons quentes, como vermelho e laranja, são conhecidos por estimular energia e entusiasmo, enquanto cores frias, como azul e verde, tendem a promover calma e tranquilidade. A escolha das cores em um ambiente pode criar uma atmosfera que afeta diretamente o estado emocional das pessoas, tornando-as mais relaxadas, alertas ou até mesmo inspiradas.
Plantas: além de serem uma parte importante da decoração de um apartamento, as plantas são extremamente benéficas para ambientes fechados. Em uma pesquisa realizada em 20222, a Universidade de Birmingham desenvolveu uma série de experimentos com plantas domésticas expostas ao dióxido de nitrogênio (NO2) – um poluente comum. Os pesquisadores identificaram que as plantas poderiam reduzir o NO2 em até 20%.
Acústica: o controle do som e da acústica é crucial para uma vida mais saudável. Pesquisas mostram que a poluição sonora, como música alta, barulho de obras e buzinas de carros, trazem grandes prejuízos à saúde mental e até mesmo física. Em uma reportagem especial sobre o assunto no UOL, o cardiologista Cláudio Domênico alerta para danos cardiovasculares devido ao estresse causado por barulhos excessivos.
"A poluição sonora é capaz de desencadear a liberação pelo organismo do hormônio cortisol, afetando a pressão arterial, os níveis de colesterol e elevando a glicose". Por isso, investir em janelas anti ruídos, por exemplo, pode tornar o seu dia muito mais agradável, principalmente se você mora em grandes avenidas.
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