Cores e Interiores: como a cromologia influencia os ambientes

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por Stella Nardy

Mais do que transformar visualmente os espaços, a escolha das cores de um ambiente influencia também o estado emocional das pessoas que ali frequentam. Elas são capazes de despertar sensações e impressões relacionadas ao tamanho, profundidade e iluminação do local. Por isso é tão importante um estudo das cores por parte de arquitetos e designers, que estarão aptos para definir paletas que considerem fatores como saturação e luminosidade, além, é claro, da personalidade do proprietário.

Cores na Arquitetura: um pouco de história

Durante o período modernista, especialmente entre as décadas de 1940 e 1950, o simples ganhou espaço. Houve a valorização de formas básicas e o uso de materiais como o concreto aparente e o aço cresceu muito, o que gerou uma tendência monocromática: branco, cinza e preto passaram a ser cores dominantes.

 

Atualmente, foi retomada a preocupação na escolha das cores para os ambientes, e a presença de um profissional é muito importante, já que não basta simplesmente escolher os tons que vão colorir a residência, mas sim pensá-los de maneira integrada a todo o conceito do projeto arquitetônico. É preciso pensar no cômodo em questão, nos móveis, na decoração.

 

Como confirma Ghislaine Viñas, designer de interiores sul-africana especialista em projetos de multicores em Nova Iorque, “sabemos que as diferentes tonalidades afetam as pessoas de formas distintas. Pode gerar calma, energia, solidão ou loucura, saindo das emoções básicas.” Segundo Viñas, ela usa as cores de maneira bem detalhada e controlada, inserindo-nas em uma visão arquitetônica.

Uma questão de equilíbrio

O uso de muitas cores ou a forma inadequada de aplicá-las podem gerar poluição visual, resultando em um ambiente desequilibrado e, muitas vezes, pesado. Do mesmo jeito, a baixa estimulação visual, ou seja, a falta de cor, também causa desconforto.

 

As cores são, sobretudo, elementos da Arquitetura, bem como a estrutura, a escala, a vedação, etc. Elas têm o poder de despertar diversas experiências sensoriais, mas, em sua natureza, são uma experiência estritamente visual.

 

Isso significa que “a cor é uma sensação da luz que não pode ser verificado por outros sentidos: não pelo tato, paladar olfato ou audição. Um objeto colorido pode ser tocado, mas é o próprio objeto que é tangível, não a sua cor. A cor não tem substância física”. Este é um trecho do livro Entendendo as cores: uma introdução para designers, da designer norte-americana Linda Holtzschue.

 

Agora, vamos falar especificamente dos efeitos proporcionados por algumas cores. Confira:

Vermelho

O vermelho é uma cor dinâmica e estimulante, mas pode provocar sensações diferentes a depender da saturação empregada. Em um tom mais fechado, traz a sensação de seriedade; já em um tom mais forte e claro, o vermelho pode ser provocante. Como se trata de uma cor delicada, recomenda-se o uso localizado em pequenas áreas ou em detalhes como pisos, quadros e tapetes.

Amarelo

Cor quente, o amarelo traz a sensação de calor, ilumina o ambiente e confere vivacidade. É ideal em espaços que necessitam de uma atmosfera ativa, como salas de estudo e escritórios, bem como em áreas de alimentação, pois estimula o apetite. Não por acaso, várias marcas de fast food têm o amarelo em sua identidade visual, já reparou? Provavelmente essa decisão partiu de um estudo da cromologia!

Azul

De acordo com a Cromoterapia, o azul é uma cor sedativa e curativa, ou seja, indicada para ambientes de repouso e tranquilidade, como os quartos. Um tom mais claro é mais indicado, já que a sensação que desperta é mais alegre, evitando traços depressivos ao longo do tempo. O azul é recomendado também para ambientes quentes e bastante iluminados, pois transmite a sensação de refrescância.

Acromáticos: branco e preto

Da perspectiva da Física, o branco é a soma de todas as cores do espectro solar. Por conferir luminosidade e simplicidade ao ambiente, combina-se muito bem com outras cores. Representa a paz, a limpeza e a estabilidade.

 

O preto, por sua vez, não é uma cor, mas sim a ausência de luz (ou seja, deve ser evitado em um cômodo que recebe baixa luminosidade natural). Transmite a sensação de seriedade e, combinado a outras cores e aplicado em detalhes decorativos, remete à elegância e sobriedade.

 

Curtiu nossas dicas? As cores são, de fato, elementos arquitetônicos muito importantes para a concepção visual e estética de um projeto! Não deixe de considerar seus gostos pessoais e lembre-se que um profissional sempre pode ajudar a fazer melhor.

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